VERDADES NÃO DITAS SOBRE O OUTUBRO ROSA

1. Excesso de mamografias pode prejudicar. 
2. Não é recomendado começar a fazer mamografias antes dos 50 anos (porque as mamas são densas, o câncer de mama muito raro nessa idade e os erros do exame muito frequentes); nem após os 65 (nessa idade é melhor fazer diagnóstico clínico).
3. Mamografia não é um exame infalível. Seu resultado depende da interpretação do radiologista, e de outros exames e/ou intervenções para confirmar suspeitas levantadas.
4. Mamografia de rastreamento pode confundir ou atrapalhar o diagnóstico do câncer em dois sentidos: por apresentar resultados falsos positivos (mamografia alterada, mas após seguimento, outros exames e intervenções ficar demonstrado que está tudo bem) e falsos negativos (mamografia com resultado normal, mas ao longo do tempo se demonstra que a mulher tinha câncer).
5. Nem todos os tumores de mama se comportam como câncer invasivo, doença. Em média 30% são tumores histológicos, localizados, que jamais causariam problemas clínicos nem levariam à morte. Tratá-los pode fazer a mulher morrer antes do que se nunca tivesse feito mamografia.
6. Em média 30% das mulheres que se submetem a tratamento para câncer de mama (mastectomia, radioterapia) morreriam por outras causas.
7. Estima-se que 25-40% dos cânceres detectados por mamografias evoluiriam espontaneamente para a cura, sem necessidade de intervenção. Muitos são simples carcinomas ductais in situ.
8. Mamografia não previne câncer de mama. Pelo contrário! Mamografias frequentes, radiografias no geral e tomografias aumentam o risco de câncer de mama.
9. Previne câncer de mama: ter filhos, ter o primeiro filho antes dos 30 anos, amamentar, dieta baixa em gordura, evitar terapia de reposição hormonal.
10. Rotina de rastreamento por mamografia facilita o diagnostico dos canceres fáceis, indolentes, que curariam espontaneamente em muitos casos, e atrasam o diagnóstico dos canceres agressivos e invasivos.
11. Estudos mais recentes não demonstram diminuição da mortalidade por câncer nem na mortalidade total das mulheres após recomendação da mamografia de rastreamento e o auto-exame da mama, ao tempo que aumentaram a ansiedade, intervenções, biópsias, mastectomias desnecessárias, com consequente impacto na qualidade de vida.
12. Essa febre por um diagnostico demasiado precoce traz mais prejuízos do que benefícios a nível populacional: pelos falsos positivos, falsos negativos e tratamento agressivo de tumores indolentes, histológicos, localizados, que jamais provocariam danos à saúde da mulher. 
13. Necessário é garantir acesso, diagnóstico e tratamento oportuno, com seguimento de intervenção mínima e máxima eficiência, quando houver queixas e/ou suspeita clínica de câncer.
14. Mulheres assintomáticas, ao dizer do mestre Juan Javier Gérvas Camacho - em seu livro “São e Salvo: livre de intervenções médicas desnecessárias” - deveriam resguardar seus lindos seios para o uso estético, prazeroso, erótico, sexual, reprodutivo, e deixá-los distantes dessas práticas obsoletas (sem evidência científica de beneficio populacional), que ele bem caracteriza como “pornoprevenção”.

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