SEM TERRINHA
Ao despedir as crianças Sem Terrinha ontem no Pavilhão do Parque, quis - emocionado por tudo que havia presenciado ao longo do dia - desejar ao motorista boa viagem. No estacionamento espaçoso, atribulado, dezenas de ônibus e gente afanando com caixas, malas, livros e material de decoração.
- Que tenham uma viagem tranquila de regresso. Não deve ser fácil andar com tanta criança.
- Rapaz, tinha tempo que não fazia uma viagem tão tranquila e abençoada, disse o motorista, com um sorriso de aprovação.
“Esse pessoal do MST é muito organizado e disciplinado. Deixaram o ônibus limpinho; nenhum papel no chão. Já viajei com todo tipo de gente: estudante de medicina, grupos de igreja; excursões, formaturas, passeios, e o ônibus sempre termina imundo. Um pessoal mal-educado, sem respeito... Já cheguei a ter de parar o ônibus na PRF pra tirar um jovem bêbado no fundo do ônibus que queria transar de todo jeito com uma menina, à força”.
Nos abraçamos, nos despedimos, dei as costas e parti, pensando comigo: “Será esse o mesmo MST que a imprensa tanto criminaliza, pinta de vândalo e violento?”.
Em casa, cansado, logo de um dia intenso de atendimentos médicos voluntários, no pude evitar de lembrar, com ingênua satisfação, a consigna repetida pelas crianças durante o encerramento do seu Primeiro Encontro Nacional (que espero levar pra vida):
BRINCAR
SORRIR
LUTAR
Comentários
Postar um comentário