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Mostrando postagens de junho, 2017

CLEMITINO NA CDH - VÍDEO

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Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal. Tema: violência policial nas manifestações.

SE TUDO DER ERRADO, FAÇA MEDICINA!

Se és sensível, te indignas frente as injustiças, abominas a desigualdade, valorizas a vida, és altruísta, amas ao próximo como a ti mesmo, independente de suas vestimentas; se te apaixona ajudar e consolar a dor de teus semelhantes, se vês no dinheiro apenas um meio e não um fim... Parabéns! Você deu errado. Estude medicina.

SE NADA DER CERTO

Infelizmente, estou bastante acostumado com essa visão mesquinha e tacanha de mundo. É o que leva muita gente jovem a sonhar e optar pela medicina, por ser uma das carreiras melhor remuneradas do país, com um mercado aquecido e ampla oferta de empregos (mesmo que com tendência crescente ao saturamento, sobretudo nos grandes centros urbanos). Conheço bem a mentalidade e a visão de mundo que os empurram à medicina. Às vezes, foram seus progenitores, ingênuos,  que sonharam por eles. Entendo que esses estudantes, imersos numa sociedade supérflua de consumo, sonhem apenas com uma vida farta, fácil, fútil e distante das contradições que assolam a humanidade. Mas, fico pensando... há tantas formas de se ganhar dinheiro. Por que justo Medicina?  Escutem meu conselho: se querem apenas ganhar dinheiro e "dar certo na vida" não façam medicina! Eu imploro! Abram uma loja de sapatos ou um frigorífico. Estamos saturados de pessoas "bem-sucedidas". Equivoca-se quem pens

VÍDEOS

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Um pouco sobre o trabalho que desenvolvemos na Atenção Primária do DF como parte do Programa Mais Médicos (abril/2016). Entrevista à Agência PT sobre o Programa Mais Médicos (Samambaia-DF, Abril/2016). Entrevista à NBR sobre os desafios da Atenção Primária e o Programa Mais Médicos (abril/2016). Depoimento sobre atendimento prestado aos danificados pelo rompimento da barragem sob responsabilidade da empresa Vale do Rio Doce. Mariana - MG (Nov/2015). Atendimento em comunidade indígena de difícil acesso da etnia warao, no delta do rio Orinoco. Venezuela (2011).

CLEMENTINO

Clementino finalmente foi dado de alta hoje, sábado. Depois de 10 dias internado, ontem a noite foi submetido a um procedimento cirúrgico. Partiu, com um olho a menos, acompanhado de sua humilde esposa, sacola de plástico na mão, a pé, em direção ao metrô. Fará uma escala na Ceilândia, na casa de um familiar, até conseguir pegar o ônibus para Goianésia, a mais de 200 km de Brasília.  Ontem levei-lhe duas camisas, porque já não tinha roupas limpas. O Estado? A Defensoria Pública?  A OAB? A Secretaria de Direitos Humanos? Os moralistas? Nunca apareceram! Alguém da policia para ao menos pedir-lhe desculpas? Quem vai devolver-lhe esse olho? Quem vai arcar com os prejuízos materiais, físicos, psicológicos e morais desse cidadão, cujo único crime foi vir a Brasília manifestar-se por seus direitos?  Chorei ao sair do hospital: pela hipocrisia, a ignorância e a desumanidade do cidadão médio brasileiro. Não se trata de ideologias, de partidos políticos, mas de respeitar a condição humana,

SEGURO DE CARRO

Check-up é como seguro de carro: você paga, mas não quer dizer que estejas livre de sofrer um acidente. Saúde e doença serão sempre variáveis imponderáveis, por mais que a indústria preventiva tente iludir-nos do contrário.  Médicos e pacientes teremos sempre de lidar com as incertezas, pois mente quem diga saber, ao certo, quando iremos adoecer ou morrer. A pessoa pode gastar 10.000 reais hoje, fazendo todos os exames de alta tecnologia disponíveis na atualidade em busca de doenças: ressonâncias, PetScans, colonoscopias, ecografias 3D, todos os tipos de marcadores tumorais e bioquímicos... Em vão. No dia seguinte ela pode fatalmente adoecer e vir a morrer. Por tanto, esqueça doenças (ninguém sai de casa achando que será atingido por uma bala perdida). Viva intensamente, sem nutrir medos. Previna-se, sem achar que exames preventivos são álibis inexoráveis, mas adote estilos de vida comprovadamente protetores: evite drogas e o sedentarismo, coma com moderação, descan

CHECK-UP ESTIMULA HÁBITOS TÓXICOS

Check-up não reduz mortalidade. Isso já foi comprovado por diversos estudos. Se médicos continuam solicitando baterias de exames de forma indiscriminada é por pura inércia, para fidelizar ou agradar seus pacientes, ou por esquemas com planos de saúde e/ou laboratórios particulares. Check-up, além do mais, estimula estilos de vida pouco saudáveis. A pessoa sai do consultório com resultados de exames normais e vai logo pensando: Oba! Posso continuar sendo sedentária e comendo todas as besteiras que eu quiser!

CISTO DE OVÁRIO

(* de como um exame de rotina pode mudar a sua vida). Uma mulher, assintomática, faz uma consulta de praxe com sua ginecologista, na qual é solicitado (só para não perder o costume) um ultrassom transvaginal. No laudo do exame, lido pela médica na consulta de retorno uma semana depois - em silêncio sepulcral e com a testa enrugada -, vem algo do tipo escrito: “ovário direito com formação cística, de paredes delgadas, conteúdo anecoico”.  A médica, por inexperiência ou quem sabe desinformação, interpreta aquele resultado de forma totalmente equivocada. Emposta a voz, veste um semblante de extrema preocupação e informa: VOCÊ ESTÁ COM UM CISTO NO OVÁRIO! E continua explicando, entonando de forma a causar impacto em sua paciente: “Você tem um caroço que esta crescendo dentro de você. Um tumor, mas é benigno. Vou ter que te passar uns remédios, anticoncepcionais, que você vai tomar por dois anos, para ver se a gente consegue acabar com esse CISTO”.  A mulher, que era uma pessoa feli