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Mostrando postagens de agosto, 2018

PARALISIA FACIAL

Aos 25 anos, destrambelhara-se na vida: namorado novo - traficantizinho do bairro -; e tomara a difícil decisão de atualizar a mãe sobre os rumos de sua existência: era bissexual. Tinha passado a falar excessivamente em gírias nos últimos tempos, (“como pode, doutor? Tão bem criada...”), o que tornou o convívio entre elas demasiado desgastante.  Havia-lhe planejado tudo: melhores colégios, festa de debutante, formatura na pompa, casamento com homem pacato, depois do qual lhe  presentearia com um apartamento mobiliado, ali mesmo no Gama, onde moravam desde que ela nascera.  Após organizar-lhe a vida, colocaria finalmente seu silicone – e apertou lascivamente os seios com a palma das mãos –, e faria a tatuagem que sempre sonhara (sinalizando com o dedo um dos flancos do abdome). Ia já pelos seus 43, irrompendo em gargalhada cada vez que lembrava “o quanto havia sido otária com a filha”. “Por que não esmurrei a cara dela?”, repetia inconformada. “Quis ser compreensiva, guardar tudo

CHECK-UP

check-ups preenchem  vazios  existenciais

CADASTRAMENTO

"Bom dia, senhora. Somos da Clínica da Família. Viemos fazer um cadastramento." "Uh quê? Política? Sai pra lá. Passo o ano inteiro sem conseguir uma consulta, até 8 meses esperando. Agora que começou a campanha eleitoral vocês vêm aqui pra pedir voto. Sem vergonhisse." "Calma senhora. A gente só queria preencher a ficha de cadastramento do e-SUS."

NEM MILAGRES SERÃO TOLERADOS SE NÃO HOUVER EMPATIA

Diz que Jesus voltou, e escolheu um hospital para aparecer. Em seu primeiro atendimento, no primeiro plantão, trouxeram-lhe uma senhora de meia idade, incapaz de andar há muito tempo, restrita à cadeira de rodas.  Sem mirar-lhe nos olhos, incólume, de cabeça baixa, Jesus elevou uma das mãos e disse solenemente: "Levanta e anda, mulher!" Sem hesitar, ela pôs-se firme e saiu. Ao chegar à sala de espera, uns dos pacientes que aguardava quis saber sua opinião sobre o tal médico n ovo... "Igualzinho aos outros: nem olha na nossa cara, não examina, e vai logo mandando a gente ir embora."

INTERVIR OU ESCUTAR

Se a pessoa trouxe a queixa de “dor e fraqueza nas pernas”, por exemplo, e no exame físico não se encontram razões que justifiquem tais sintomas, o que devemos fazer? Pedir um ultrassom doppler dos membros inferiores? Pedir exames de sangue, urina, fezes? Ou construir um espaço de fala acolhedor no qual a pessoa se sinta confortável para contar que sua mãe de 102 anos faleceu há 6 meses, depois de um longo período acamada cuidada por ela; que tem medo de entrar na casa e de dormir perto do quarto onde ela ficava; e que sente profunda e irreparável nostalgia dela? Fico com a última opção...

SUCOS PARA BEBÊS

Atrasem ao máximo a introdução de sucos a seus bebês. No mínimo até 1 ano de idade; se conseguirem por mais tempo melhor. Cultivem o gosto dos seus filhos por ÁGUA, a partir do momento que introduzirem outros alimentos além do leite materno, que, segundo a OMS, deve ser oferecido exclusivamente até o 6º mês. Evitem vincular a deglutição de alimentos à ingestão de líquidos. Evitem precocemente estimular a preferência dos pequenos por bebidas saborizadas (mais a frente, facilitará o "querer matar a sede com suco de caixinha ou refrigerante"). Incentivem o gosto das crianças por ÁGUA, esse elemento natural, transparente e divino: assim terão menos alergias, problemas urinários e de pele, constipação intestinal e doenças respiratórias.

PASTORA LUSMARINA: SOBRE ABORTO NO STF

Ando impressionado com o altíssimo nível do debate sobre o aborto que acontece no STF. Debate amplo, sem dogmatismos ou fanatismos - pelo menos de um dos lados -, com argumentos sólidos e precisos. Dessa vez, repercuto as palavras da pastora Lusmarina, que surpreendeu a audiência e foi aplaudida de pé com sua intervenção.  Começou enfatizando: "Gênero não é ideologia; é um instrumental de análise das relações humanas e sociais". Em seguida refutou o principal argumento utiliz ado pelas pessoas que buscam na bíblia razões para se contraporem à descriminalização do aborto, baseado no mandamento "Não matarás". Lembrou que esse mandamento nunca teve caráter universal na escrituras, já que era permitido matar estrangeiros, inimigos de Israel e mulheres adúlteras. A vinculação feita entre o quinto mandamento e o aborto é uma flagrante manipulação do texto bíblico, defendeu. É o patriarcado eclesiástico, aclarou, que quer fazer as mulheres acreditarem que elas se tornam

DÉBORA DINIZ: SOBRE ABORTO NO STF

Tocante, e ao mesmo tempo alarmante, a intervenção da pesquisadora e antropóloga Débora Diniz durante a última audiência sobre aborto no STF. A mesma trouxe dados reveladores da Pesquisa Nacional do Aborto, estudo que ganhou prêmio da Organização Pan-americana de Saúde (OPS) de melhor estudo em saúde das Américas em 2012. O estudo revelou que 1 de cada 5 mulheres, entre 18-39 anos, já fez aborto no Brasil. Dentre essas: 56% é católica; 25% é evangélica. Com as leis atuais vig entes, 4 milhões e 700 mil mulheres brasileiras deveriam estar na cadeia por praticar aborto (mais um exemplo de como as proibições não resolvem nem evitam certas práticas).  A pesquisadora ressaltou o caso de Ingriane Barbosa: jovem mulher negra, trabalhadora doméstica do interior do Rio de Janeiro, que morreu com um talo de mamona entalado em seu útero, numa tentativa desesperada de praticar um aborto clandestino (no Brasil, as mulheres que mais morrem por praticarem abortos são negras e pobres). Ingriane er

PREVENTIVISMO X PREVENÇÃO

O capitalismo fez a gente confundir prevenção com PREVENTIVISMO, e achar que "cuidado com a saúde" significa fazer exames de rotina periodicamente. Nada mais distante da realidade! Esse tipo de assistência médica - impessoal, especulativa - não aumenta a qualidade nem a expectativa de vida da população. Pelo contrário: incrementa gastos, intervenções desnecessárias, gera ansiedade, sensação de hipocondria, medo e insegurança com o futuro.  Precisamos retomar o conceito de dia gnóstico OPORTUNO, no lugar da fantasia do "diagnóstico precoce". A indústria médica criou a ilusão de que é possível diagnosticar doenças antes mesmo de surgirem. Nada mais próximo ao charlatanismo.  As rotinas de check-up estimulam péssimos hábitos de vida ("Vou me permitir continuar comendo porcaria, porque o doutor falou que estava tudo bem com meus exames na última consulta"); e induzem médicos a serem menos assertivos em sua capacidade diagnóstica ("Não se preocupe mu

PRESCREVER E ECONOMIZAR

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Homem de 60 anos, acompanhado rotineiramente, cada 6 meses, pelo cardiologista e pela endocrinologista. Aparência saudável, barriguinha pouco saliente, negando quaisquer eventos cardiovasculares prévios. Em suas prescrições, constavam as seguintes medicações: aval, xigduo, rusovas, ecasil e verapamilo, sendo necessário o investimento de, em média, R$ 250,00 mensais para adquiri-los. Surpreso, dei uma conferida nos seus últimos exames: glicemia de jejum=100; HbA1C=5,5%; colest erol total=110; LDL=48; nada que justificasse tamanho excesso e agressividade.  Propus alguns ajustes rápidos: retiramos o Rusovas (perfil lipídico normal); desprescrevemos o Xigduo (glicemia de jejum igual a 100 antes de iniciar o tratamento; havia sido prescrito para tratar suposto estado de "Pré-diabetes". É mais lucrativo para a pessoa investir em mudanças de estilo de vida e emagrecimento. Encaminhei para a nutricionista e prescrevi atividades físicas); para finalizar, substituímos os remédios d

SEM TERRINHA

Ao despedir as crianças Sem Terrinha ontem no Pavilhão do Parque, quis - emocionado por tudo que havia presenciado ao longo do dia - desejar ao motorista boa viagem. No estacionamento espaçoso, atribulado, dezenas de ônibus e gente afanando com caixas, malas, livros e material de decoração. - Que tenham uma viagem tranquila de regresso. Não deve ser fácil andar com tanta criança. - Rapaz, tinha tempo que não fazia uma viagem tão tranquila e abençoada, disse o motorista, com u m sorriso de aprovação.  “Esse pessoal do MST é muito organizado e disciplinado. Deixaram o ônibus limpinho; nenhum papel no chão. Já viajei com todo tipo de gente: estudante de medicina, grupos de igreja; excursões, formaturas, passeios, e o ônibus sempre termina imundo. Um pessoal mal-educado, sem respeito... Já cheguei a ter de parar o ônibus na PRF pra tirar um jovem bêbado no fundo do ônibus que queria transar de todo jeito com uma menina, à força”.  Nos abraçamos, nos despedimos, dei as costas e pa

VISITA AO MÉDICO COMBATE SOLIDÃO

O contato frequente e exagerado com os serviços de saúde é um tipo de vida social. Como passeios ao shopping, as visitas ao médico "combatem a solidão", e alimentam um poderoso e lucrativo complexo industrial.

QUAL SEU SIGNO

A gente estuda, se organiza, se diferencia, investe em autoconhecimento, faz auto-crítica; viaja, lê pra cacete, problematiza absolutamente tudo, tenta ser interessante, forma opinião, molda o caráter e a personalidade de forma dinâmica e dialética para enfrentar os desafios da vida; pra que chegue uma pessoa no intuito de te "conhecer" e se satisfaça com perguntar: "Qual seu signo?".

SEM DESPERDIÇO DE GENTE

Por um mundo sem desperdício de gente! Mundo onde nenhum ser humano se gaste à toa: em pintar meio-fio de cidade indolente, em plena seca; segurar faixa com promoção de supermercado baixo o sol; entregar panfleto de imobiliária em quebra-mola onde ninguém freia nem abre a janela; vigiar automóveis; esperar atendimento na fila dos hospitais e UPAs, quando seu problema pode ser resolvido na UBS.

ADOECER OU PERDOAR

Seu sonho era ter uma filha; seu grande sonho. Tentou por anos, e ao cabo de uns tantos, cansada já de frustrar-se em hemorragias, absorventes, sangue, decidiu por adotar, tendo a sorte de receber a benção de uma bebê linda, de tão só 2 meses de vida, gestada por uma mulher pobre - conhecida de uma amiga -, sem condições para criar.  Cuidada com carinho e proteção, a menina cresceu, extremamente saudável, e na adolescência, para desgosto da orgulhosa mãe (muito religiosa), mo strou-se inclinada aos afetos homossexuais.  Sem entender como e porquê, a mulher, decepcionada, frustrada, afundou; entregou-se a redemoinhos de culpa e indignação, entrando pela via dos impropérios ao destino e aos Desígnios; até mergulhar de ponta-cabeça no aterro sanitário em que se encontra: obesidade classe III, tabagismo inveterado, depressão e ansiedade, sufocada por remédios, culpabilizada pelo marido, totalmente sem perspectiva; além de hipertensão arterial e diabetes incontroláveis. Mirei-lhe no

BARIÁTRICA

CIRURGIA BARIÁTRICA não muda cabeça nem hábitos; não tira vontade de comer as coisas que você gosta; não faz reeducação alimentar, nao trata compulsão nem ansiedade; não garante emagrecimento para sempre; não garante felicidade.

ENSINAMENTO

Uma práctica clínica de qualidade exige ter compaixão, cortesia, piedade e ternura para com os pacientes e seus familiares, com os colegas de profissão, os superiores e consigo mesmo.

GOSTO

Gosto de gente acanhada, misteriosa; gente que não se acha umbigo, víscera, coração: gente que palpita na pele. Gente que se doa, se desprende, sacrifica, sem barulho. Gosto de gente pouco espaçosa; daquelas que só as bem treinadas percebem a grandeza. Gosto de gente que não teme cicatrizes, que se sente responsável; gente que espera. Gente que deixa falar, que fala baixo, que é toda ouvidos (nada da boca pra fora): gente sem apego a Certezas e Verdades. Gosto de quem se mostra por pedaços, e faz de cada descoberta um nascimento. Gosto de gente com sarcasmo, mais ironia que humor; gente que cheira, que apalpa, aperta, que suspira. Gente que se comunica pelo canto de um sorriso, o movimento harmonioso de seus braços, pelas ondas no cabelo  ou a ponta mais longínqua da sobrancelha:  gente em cujo brilho dos olhos se desvendam segredos.

SEI DOS RISCOS

Sei dos riscos de assumir-me diferentão, o médico do contra, que prescreve ervas e chás, e desprescreve drogas farmacêuticas desnecessárias; que estimula alimentação saudável, consciente, o contato com a natureza, mudanças de hábitos e o autoconhecimento. Sei dos riscos de explorar outras escolas da medicina, como a chinesa, a védica, e de abraçar paradigmas novos, estranhos. Sei dos riscos de posicionar-me contra a indústria farmacêutica, de exames e procedimentos; a indústria do adoecimento e do lucro do sofrimento do outro. Sei dos riscos de fazer um chamado à consciência de cada paciente que atendo, em meio a tantas fragilidades. Sei dos riscos, não adianta alertar-me...

MÃE OU INIMIGO

“Tão saindo uns pelos feíssimos no sovaco dela”. “Saiu uns caroços na vagina também, e fede muito”. “E o chulé, nem se fale; horrível”. Na cadeira do consultório, sua filha, linda: uma criança de 10 anos, no auge de seu constrangimento. Encarei a mãe com semblante de reprovação, examinei a menina; logo enfatizei meu desgosto: - Sua filha tá na pre-adolescência (fase importantíssima do desenvolvimento). Todas essas questões que você trouxe são particularidades do corpo dela; que é perfeito! A gente espera da nossa mãe que nos ajude a ser melhores e a enfrentar nossas dificuldades; não que contribua a piorar nossos complexos. (Até fiquei assustado com a minha reação). A mãe sorriu, sem graça, e fez questão de lembrar que a amava muito. No olhar da menina, entretanto, colhi, de relance, uma pétala de gratidão.

FRUSTRAÇÃO

A experiência educativa mais importante na formação de uma criança é a FRUSTRAÇÃO. Só ela para formar-nos resilientes, fortes e com autoestima, preparados para todos os desafios da vida, e com JUÍZO CRÍTICO: esse freio natural que nos impede de fazer mal ao outro e a nós mesmos. A frustração, por tanto, é a melhor prevenção para as chamadas “doenças mentais”.

MÉDICO DE FAMÍLIA: ÚNICO FORMADO FORA DE HOSPITAIS

Algo que pouca gente talvez saiba, mas o médico de família é um dos poucos especialistas com formação predominantemente FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR, treinado, para além de tratar e prevenir as doenças mais comuns e prevalentes, promover saúde e acompanhar o indivíduo saudável, na sua integralidade, ao longo da vida, dentro do seu contexto familiar e comunitário.  Todos os demais especialistas, da pediatra à gineco, o clínico, ortopedista, reumato, endócrino, cardio, etc, são  formados, eminentemente, em ambientes HOSPITALARES, treinados, sobretudo, para lidar com pessoas com DOENÇAS MENOS FREQUENTES, ou que estejam internadas. Essa diferença é extremamente importante. Pois a confusão se dá ao colocarem profissionais com esse perfil de formação, de nível SECUNDÁRIO, hospitalocêntrica, intervencionista, para atuarem na atenção primária, onde prevalece o universo de pessoas saudáveis.  Essa é uma das grandes causas de nossos problemas sanitários atuais e mais complexos, pois, por

COMPRAR SAÚDE

Desconheço atitude mais danosa do que essa: “Estou pagando o plano de saúde todo mês, tenho mais é que usufruir”. NÃO façam isso, pelo amor do bom deus! Saúde não se compra como na prateleira de mercado. Quanto mais consultas e exames desnecessários você fizer, “Só pra saber como você está”, maior é a chance de resultados “falso positivos” e o “descobrimento” de doenças que você de verdade não tem: por acurácia limitada dos testes diagnósticos (nenhum exame laboratorial ou de imagem é 100% confiável. NENHUM!), incapacidade do profissional de correlacionar esses resultados com a sua situação clínica concreta, erros de interpretação e/ou decisão inadequada do médico.

QUEM VAI COORDENAR SEU CUIDADO?

Por que vem crescendo no Brasil importância do Médico de Família em todos os cenários? Pensa comigo. Em meio a tantas especialidades e excessos tecnológicos, quem vai te auxiliar a COORDENAR SEU CUIDADO? O Google?  Quem vai advogar em seu favor, em meio a esse oceano de informações desencontradas, interesses financeiros e corporativos? Que especialidade médica coloca tanta ênfase no princípio hipocrático “Primum non nocere” e na Prevenção Quaternária? Quem vai reunificar sua existência, unir os fragmentos desse modelo de atenção focal, que se excede em protocolos, ignorando individualidades, esquecendo o todo: VOCÊ, e o impacto global de tratamentos e intervenções, no seu contexto familiar, afetivo e cultural? NÓS!!

MENOS REGRAS, MAIS AUTO-CONHECIMENTO

Somos educados para seguir regras: sociais, familiares e, sobretudo, médicas. Pouco se fala, entretanto, da importância do autoconhecimento, da autopercepção e do aprender a sentir-se. Quem nos ensina a escanear diariamente nossa existência? Quanto tempo dedicamos a isso? Um exame de imagem, um raio X ou uma ressonância, substitui a acurácia da autocrítica? O corpo humano é um organismo perfeito, autorregulado, em homeostase constante, sempre em busca do equilíbrio. Muito do  que fazemos atualmente, infelizmente, e grande parte dos remédios que tomamos, vão em contra de mecanismos autorreguladores e defensivos, desenvolvidos e aperfeiçoados minuciosamente ao longo de milhões de anos de evolução. Nenhuma ação interna é sem sentido, ou chegou até aqui casualmente.  Por isso, é essencial dedicarmos algum tempo em entender-nos na profundidade; a perceber nossas variações e nuances: no paladar, olfato, pele, intestino; sensação de fome, sede, temperatura corporal, sono e cansaço. Resp

RACISMO ESTRUTURAL

Na Bahia, criança é impedida de comer na praça de alimentação do shopping por ser preta e pobre. Em Sao Paulo, justiça obriga mulher de 36 anos a submeter-se a uma laqueadura (esterilização cirúrgica) coercitivamente - sem seu consentimento -, por ser preta, pobre, vulnerável e ter 5 filhos. É serio que vocês ainda não perceberam o que move as pessoas nesse país? Nem religião, nem ética, nem moral, nem bons costumes, nem leis, nem princípios, nem nobres ideais! É a idolatria ao poder, bens materiais, fama e dinheiro, junto de um ódio, uma aversão e um nojo sem limites aos indivíduos negros e pobres. Ponto. Sem hipocrisia.