A PACIENTE PROFESSORA
Quem estudou em Cuba quiçá lembre o que alguns mestres ensinavam: “Coloque a cadeira do paciente ao lado de sua mesa; nunca à frente. A mesa que se interpõe entre você e o doente pode criar uma espécie de barreira psicológica”. Mais de um paciente entra ao consultório e fica confuso, sem saber onde sentar. Até ensaiam puxar a cadeira para mais longe, que interrompo rapidamente com um: “Pode sentar aqui do lado”. Encabulada, a pessoa se aproxima, se senta devagarinho, tentando não esbarrar em nenhum detalhe. Mas, logo relaxa, quando abro o primeiro sorriso, ou faço algum comentário (que tenta ser) engraçado. Esses dias, uma das pacientes que atendemos no pré-natal, professora de literatura da rede pública, contou à enfermeira que trabalha comigo a seguinte historia: “Nunca tinha usado o serviço público. Achava que era péssimo. Com a crise e a necessidade, não teve outro jeito. Mas vi que estava totalmente errada. Fiz a primeira consulta com o Dr. Sabino, que me olhou nos olhos