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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

O PRINCIPAL MEDO DOS MÉDICOS

Um dos fatores que mais nos prejudicam em tanto profissionais é uma falácia que nos inculcam desde os primórdios: "Médico não erra. Médico não pode - nunca - mostrar que não sabe".  É um daqueles ensinamentos que escutamos passiva e repetidamente durante a formação, que todos, no fundo, sabemos estar equivocado; mas ninguém tem a coragem de assumir. Medicina não é ciência exata. É arte de cuidar, prevenir, consolar e ajudar na cura e reabilitação de SERES HUMANOS, num dado contexto cultural, histórico, político, econômico, social.  Quer tarefa mais impossível do que essa? Essa falácia contribui em certa medida, a meu ver, para que alguns médicos terminem por adotar estratégias de proteção diante dessas variáveis que lhes provocam receio e insegurança: aumentam a distância física, afetiva e psicológica entre ele e o enfermo, não demonstram empatia, solicitam exames compulsivamente, maltratam, não tocam, se zangam com facilidade e tornam-se lacônicos.  “Quanto mais

CHIFRE-MIALGIA

“Como foi que a senhora começou a ficar desse jeito?” “Piorou muito depois que descobri que meu marido me traía com uma colega de trabalho. Não consigo perdoar, mas também não consigo largar ele, por medo de ficar só”. Depois que ela terminou a consulta e saiu, ele entrou em seguida: 65 anos, baixinho, cabelo grisalho, raquítico e surdo de um ouvido. “O senhor é marido da fulana, que saiu agora, né? Ela tá bem ansiosa, e piorando dos sintomas da fibromialgia... Tem ideia do que pode estar acontecendo?”. “Ah doutor. Muitos problemas em casa, né? Os filhos que não obedecem e têm dado alguns desgostos. Dificuldades financeiras... Ela se irrita com tudo, e é muito nervosa com as coisas”. “Aham... sei...”

ANSIEDADE

Ansiedade é igual vizinho chato: quanto mais a gente tenta evitar o encontro, mais ele aparece na nossa porta inventando uma desculpa para encher o saco.  (Ôh karma!!) Ansiedade é o tipo de transtorno que só melhora quando a gente esquece de pensar que ele existe. Ansiedade, quanto mais nos esforçamos em controlar mais ela assume o controle sobre nossas existências. Na próxima vez que ela vier, e aquela sensação de morte iminente te tocar a campainha, tente uma tática diferente: convide-a para entrar, sem oferecer resistência, sem medo de que veja a bagunça; deixe-a que explore sua casa, livremente. Depois, sentem-se no sofá, conversem amenidades; assistam um filme juntos. Tomem uma xícara de chá. Peçam pizza! Coloquem música, dancem coladinhos.

IGREJAS E MÉDICOS

51 anos, com a existência reduzida em dor de cabeça. Passou a vir à consulta com maior frequência nos últimos tempos, por subidas “inexplicáveis” da pressão arterial, além de tremores internos, insônia, dor nas costas e palpitações. No meio da anamnese, já com minha hipótese diagnostica quase consolidada, perguntei qual era seu principal medo. “Perder um filho assassinado”, respondeu, com uma rapidez que me impactou. Depois de examiná-la, perguntei o que a deixava tão ansiosa , e confesso que suas respostas causaram-me constrangimento. “Era minha sétima filha, doutor; uma surpresa: fiquei grávida com 44 anos. Tomei um susto, mas rapidamente comecei o pré-natal; fiz tudo bonitinho. “No final da gestação, tive um sangramento, e corri para o hospital. O médico que me atendeu disse que não era nada importante, e me mandou para casa com analgésicos. No outro dia pela manhã, o sangramento piorou e as dores passaram a incomodar. Voltei até o mesmo hospital, mas dessa vez me disseram q

CERVICITE FELIZ

“É doutor... aturei muita coisa nesses anos, por conta dos meus filhos e da vida que eu levava. Não me sentia amada, nem desejada. Era tudo uma chatice. Meu marido só me tratava mal, e ainda me traía”.  “A gente fica aguentando um monte de coisas, mas, no final, não vale a pena”.  Ela tinha 40 e poucos, e acabava de sair de um casamento de 20 e tantos anos. Seu sorriso ia de canto a canto, sem embargo, e entre gargalhadas contava-me detalhes de seus últimos encontros e relaci onamentos. “Sinto uma dorzinha aqui no pé da barriga de vez em quando, doutor, e às vezes durante a relação sexual... Também já estou perto da menopausa, e me falaram que era bom começar a fazer um tratamento”. Examinei-a detalhadamente. Todos os sistemas, incluindo a parte ginecológica. Logo, opinei: “Apesar de ainda faltar algum tempo pra isso, penso que você deve encarar a menopausa, não como uma doença, mas como uma etapa diferente da sua vida. Faz parte do ciclo vital da mulher. Você estará deixan

ÓDIO ATACA O FÍGADO

Na medicina chinesa, o fígado é o órgão tributario da raiva, emoção que ontem voltou a entorpecer o país. Por isso, vai uma receitinha detox pro seu fígado que tá cheio de ódio, que recomendo seguir pelo menos até o carnaval: - Evite bebidas alcoólicas e remédios hepatotóxicos, tipo paracetamol. - Diminua a consumo de colesterol e gorduras saturadas. - Substitua o açúcar refinado e suspenda as bebidas doces industrializadas. - Contemple a beleza de uma flor, leia Pablo Neruda ou abrace uma criança, diariamente.

SÉCULO 21?

Duas adolescentes: uma com um filho no braço; a outra grávida. Negras. “Meu marido não deixa eu sair de casa pra fazer exercícios; morre de ciúmes”; “Eu não vou amamentar; acho feio, nojento”. Ambas não haviam terminado o ensino médio. “Nunca gostei da escola; nunca consegui me concentrar”. Tomei coragem e lancei, em tom jocoso: - Nossa. Decepcionado... Nem parece que estamos no século 21. Em época de internet, Facebook, zap zap... vocês parecem estar vivendo no século 19, ou no início do século 20! Trocaram olhares, encabuladas, hesitantes... “Mas, doutor... como é que o senhor sabe que estamos no século 21?”, disparou uma delas.

FEBRE VERDE-AMARELA

Mais um dia de brigas, filas, barulho, discussões e desentendimentos. “A gente que paga tudo isso aqui”; “Vocês não querem trabalhar; “Vocês não passam de uns preguiçosos”. “A gente quer ser atendido agora”, vociferaram esbaforidos os usuários, estufando o peito - como se o Apocalipse estivesse a suas portas -, depois que o pessoal da sala de vacinas anunciou saída para o horário de almoço. Dentro da mesma sala, exprimida, técnicas, técnicos e enfermeiras  trabalhando em ritmo frenético, sem pausa - nem para ir ao banheiro -, em franco processo de adoecimento. Aceleram o passo - com movimentos repetitivos que muitas vezes acarretam lesões musculares, tendinites, hérnias de disco -; anotam protocolos, verificam temperatura das geladeiras e permanecem enclausuradas durante 10 horas escutando berro de criança no pé do ouvido. Eu atendo num consultório ao lado da sala da vacinas, e é simplesmente angustiante escutar gritos de pavor o dia inteiro. Não faltaram avisos sobre a possibi

MEDICAR FEBRE

1. Não diminui a chance de convulsão febril; 2. Não diminui a gravidade da doença; 3. Não altera o prognóstico; 4. Pode dificultar o diagnóstico de infecções mais graves. 5. É uma questão mais cultural do que médica.

NARCO-MEDICINA

“O médico da minha cidade, no interior do Piauí, disse que o problema dela era sério; que precisava fazer uma consulta em Teresina com urgência, numa outra clínica que ele indicou...” A paciente era surdo-muda, muito humilde, e vinha acompanhada da mãe e da irmã mais velha, ambas com cara de espanto e apreensão. “Pensei... vou levar ela é pra Brasília; que sai mais barato e lá já resolvo tudo que precisar...” “Trouxemos aqui o exame, doutor, que ela fez lá no Piauí”. Pela qualidade do papel do laudo, parecia ser uma daquelas clínicas de procedência bem duvidosa. Era o resultado de uma mamografia, que me detive para ler em detalhe. Desci o olho, e lá estava: classificação... BIRADS 2. Recomendação: repetir anualmente. “Ué... quê estranho”, pensei comigo mesmo. Pedi que a paciente se deitasse e examinei detidamente suas mamas. O único detalhe interessante, era a mama esquerda ser um pouquinho maior e mais volumosa do que a contra-lateral; nada de nódulos, tumores, adensamento

ESCALA DE VALORES INVERTIDA

O que mais surpreendia em Cuba era essa escala de valores invertida, pra quem nasceu e cresceu no capitalismo: o velhinho, que chegava ao hospital de bicicleta, com as roupas mais singelas, era o mais respeitado médico, pesquisador, cientista e autor dos livros com os quais estudávamos..

ASSISTENTES

Paradigma moderno de salvação? - corpo e mente sãos. Santos da atualidade? - atletas, artistas, blogueiras, misses, estrelas de cinema e televisão. Seus assistentes?  - fabricantes de cosméticos, médicos, nutricionistas, terapeutas e psiquiatras.

ATENÇÃO BÁSICA?

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Alguns desavisados querem relegar a Atenção Primária a um papel absolutamente secundário. Ledo engano. Profissionais bem treinados e capacitados são capazes de resolver até 85% dos problemas de saúde nesse cenário. Mas será que isso convém, no contexto de um sistema que lucra com a doença e explora financeiramente as pessoas em seu momento mais vulnerável, de dor?

PAU DE SABIÁ

Terminar o último plantão do ano com um caso desse é gratificante. Senhorinha de 78 anos, há mais de 40 (sim, 40 anos!!) com uma tumoração no dorso do pé esquerdo que só crescia e incomodava. Dizia ser um pedaço de pau de sabiá que nunca conseguiu tirar. Sua família nunca acreditou... Anti-sepsia local, bloqueio anestésico, bisturi, incisão, divulsão do tecido, retirada da tumoração; limpeza, revisão e sutura simples, 7 pontos.  Curioso, quis verificar o interior da cápsula f ibrosa que havíamos retirado: bastante pus e, bem no centro, flutuando perdido, um diminuto pedaço de tronco de árvore. “Me dá, doutor... numa gaze. Vou levar pra eles verem que eu não tava mentindo”.

JESUS ACABA DE CONSULTAR

Dessa vez, apareceu num corpo de pele negra, queimada pelo sol, mais velho, cabelo crespo grisalho, rente ao crânio, e barba rala por fazer. Trazia a camisa de botão aberta e suja - como quando a gente limpa o chão da oficina -, um jeans esfarrapado cheio de manchas, e chinelo de dedo fininho, num pé de unhas grossas e encardidas, como se há séculos não se banhasse.  Saiam-lhe palavras entrecortadas, pela crise de asma. “Faz essa nebulização e volta aqui pra gente conversar”. Contou-me de sua solidão, depois da morte de sua companheira de vida há 10 anos; da fome que vem passando, e do abandono de seus filhos (“Depois que crescem eles não querem mais saber da gente”). Confessou sobreviver recolhendo lixo e papelão pelas ruas.  Me disse não ter almoço para fazer, mas deixou o consultório sorrindo.

PÂNICO

Chegou muito mal, acompanhada de seu pai. Ofegante, rosto pálido, demonstrando dor intensa e vontade de chorar. “Onde dói?”, perguntei. “No corpo todo, doutor”, respondeu apressada.  Fazia que ia desmaiar, vomitar, mas, milagrosamente, se continha. Era uma jovem de 27 anos. Seu coração batia na montaria de um cavalo, e o ar parecia não descender direito até seus pulmões; toda sua figura parecia afogar-se em seu próprio ser angustiado. Exame físico sucinto; pedi que se deitasse. Saturação ok, pulmões limpos, ritmo cardíaco regular. Tudo indicava ser uma crise de ansiedade. Peguei umas agulhas de acupuntura e rapidamente estimulei alguns pontos. Pus um barulho de chuva caindo de música ambiente e exortei que fechasse os olhos. Aproximei-me devagar e passei a comportar-me como se a conhecesse de longa data; como se soubesse de todos seus segredos mais íntimos. Apesar de seus gemidos e queixas, permaneci a seu lado, acariciando sua cabeça, e repetindo que tudo ficaria bem. “Faz um

ESQUEÇAM CHECK-UP

Bom dia, doutor. Bom dia. Feliz natal! No que posso ajudar? Queria fazer um check-up... Quantos anos você tem? 30 anos. Já falou pro seu pai e sua mãe que ama eles? Não. Então vá fazer isso. Depois você volta.

GORDURA ENGORDA?

53 anos, 99 kg, 123 cm de circunferência abdominal, pressão alta, diabético. Vinha, ao longo do último ano, reclamando de cansaço, indisposição, falta de ar aos esforços e inchaço crescente nas pernas. Em cada consulta, insistia que era importante ele tentar emagrecer para ajudar no controle de seus problemas de saúde. Mas ele teimava, dizendo que era impossível, e que seu ponto fraco era ser carnívoro demais.  Consegui convencê-lo, depois de muita conversa, na qual usei um a rgumento que me parece ter sido fundamental: que vislumbrasse um futuro feliz e saudável ao lado de sua encantadora netinha de três anos.  Chegamos ao acordo de ele fazer a seguinte experiência por um mês: ficar, de segunda a sexta, sem ingerir alimentos gordurosos (carne, frango, ovo, embutido, leite, queijo e derivados), e sábado e domingo fazer uma dieta mais balanceada, privilegiando, se possível, o peixe.  Hoje voltou à consulta, 40 dias após, sorridente, e com um brio de orgulho no olhar: 4 kg a me

PIERCING NO UMBIGO E GRAVIDEZ

Nossa! Bem que minha mãe falava. Se soubesse não teria colocado nunca piercing no umbigo. Olha a cicatriz como ficou horrível com a gravidez... (Uma paciente hoje no pré-natal).

SURDEZ OU DESCASO

Entrou milagrosamente na minha agenda por um “favor” que veio pedir-me um funcionário samaritano do laboratório.  A senhora de 74 anos levava um bom tempo com perda de audição e percebendo uns ruídos angustiantes em seus dois ouvidos que não solucionavam com nada, apesar de sua filha, trabalhadora do SUS, tê-la levado em três ocasiões diferentes ao hospital e ao posto de saúde. Alguém da igreja havia sugerido que usasse cerumin, e assim vinha fazendo. Finalmente, disseram-lhe num retorno que precisava agendar um procedimento, disponível apenas para janeiro do ano que vem. Examino seus dois ouvidos com o otoscópio...  “Vou ali pedir pra auxiliar de enfermagem preparar o material pra gente fazer um lavado de ouvido”. Seus olhos encheram-se de lágrimas. Aquecemos o soro, preparamos seringa, jelco e o restante do material.  Em menos de cinco minutos terminamos o procedimento.  Já estava me despedindo, quando a senhora veio ao meu encontro desabando aos prantos e me abraço

CONFLITO DE LINGUAGEM

Consultas da atualidade mais parecem encontros diplomáticos entre povos longínquos, sem anuência de tradutor. Já perceberam? O paciente vai embora com a impressão de não haver dito o que realmente queria, e o médico fica com a estranha sensação de haver sido integralmente incompreendido. O que estará acontecendo? Por que essa estranha sensação de mútua incompreensão? E se os médicos estiverem suprindo deficiências na compreensão de seus pacientes com o aumento na solicitação de exames e prescrição de remédios? Será realmente isso que as pessoas esperam de uma consulta médica?  Grande parte das consultas ambulatoriais de adultos, sobretudo na atenção primária, acontecem pelos seguintes motivos: dor de cabeça, subida de pressão, palpitações, zumbido no ouvido, dor de estômago, enjoo, tontura, sensação de quentura, fraqueza, dormências, dor no pé da barriga, dor em tudo-quanto-é-lugar, aperto no peito, nó na garganta, sensação de falta de ar... Numa consulta apressada, como de cost

EMPODERAMENTO MENSTRUAL E CONCEPCIONAL

Acabo de ler um relato extremamente poderoso de uma mulher que optou por fazer seu parto em ambiente domiciliar, rodeada de familiares, seres queridos e profissionais do seu afeto e confiança. Impressionou-me a força e a verdade dos sentimentos contidos naquelas palavras. Deixou-me a seguinte certeza em forma de intuição: a emancipação feminina passará, inevitavelmente, pelo resgate do poder e da autonomia da mulher sobre seu corpo e o ciclo reprodutivo em sua totalidade, desde compreender sua periodicidade menstrual, controlar, decidir e participar ativamente da concepção, gravidez e, sobretudo, do parto de suas crias.  Vai muito além da mera emancipação econômica, produtiva, educacional e cultural.

PROPÓSITO

Vai q seu problema de saúde é só falta de poder cumprir com seus PROPÓSITOS DE VIDA...

BICHOS E PLANTAS PARA A PRESSÃO

Há um ano vínhamos tentando reduzir suas medicações para a pressão. Hoje voltou e foi logo dizendo: - É doutô. Eu não preciso tanto mesmo desses remédios não. Meu problema era falta de uma muda de roupa pra lavar. Agora que a relação com meus filhos melhorou, to me sentindo outra pessoa. Só tomo os remédios de vez em quando, e minha pressão tá sempre controlada. Quando começo a me sentir mal, já sei: vou capinar, arrumar a casa, cuidar dos bichos, das plantas... Fico boazinha!

CASCATA DIAGNÓSTICA

Dor em baixo ventre, masculino, 39 anos. Na consulta com o urologista, saiu com um pedido de PSA e outros tantos para um check-up geral, que incluía exame de sangue oculto nas fezes. Como esse último veio positivo, foi encaminhado ao proctologista, que na primeira consulta solicitou uma colonoscopia, cujo resultado veio normal. Porém, seu problema insistentemente persistia... Decidiu então procurar o médico de família mais próximo de sua casa. Interrogatório e exame físico. Impressão diagnóstica: hemorróidas.

O GRANDE DESAFIO DA MINHA VIDA

Já achei que o “GRANDE DESAFIO DA MINHA VIDA” era aprender a beijar de língua... Aprender a dirigir, perder a virgindade, aprender a medir pressão arterial, pegar rabeira em traseira de caminhão, suturar, aguentar horas de pé dentro de um centro cirúrgico, fazer um parto, remover cerúmen do ouvido alheio, falar em público, drenar abscesso, visualizar o tímpano com um otoscopio, retirar lipoma, ter filho, colocar espéculo, colher citologia de colo uterino... Engraçado como  a vida é cheia de “grandes desafios” que se modificam à medida que passamos por eles. Meu último grande desafio era aprimorar as habilidades e ter mais segurança para colocar o DIU em minhas pacientes. Vocês sabem o que é? Um dispositivo pequenino que introduzido no útero da mulher previne gravidez. Método bem mais eficaz do que as pílulas ou injeções de hormônios anticoncepcionais, diga-se de passagem.  Sábado passado marquei uma agenda compartilhada com um amigo médico de família mais experiente -  Rodrigo Ba

SHATTA WALE

Acabo de atender um simpático senhor de Gana, África. Teve uma queda ha 10 dias enquanto corria, resultando em uma úlcera de uns 8 cm na coxa direita (cujo leito estava totalmente necrosado), associada a uma coleção importante de líquido no espaço subcutâneo. Puncionei e extraí quase 50 ml de líquido seroso e investimos um tempo considerável retirando todo o tecido desvitalizado. Pedi que ele colocasse uma música do seu país no meu celular enquanto fazíamos o procedimento. Imaginem o ritmo com que movimentei o bisturi... https://www.youtube.com/watch?v=aHNOp7rA0VM&feature=youtu.be

DIVISÃO DE PODERES

Aviso aos navegantes do saúde que ainda não entenderam a Divisão de Poderes da República: nossa função é acolher e consolar; NÃO JULGAR E PUNIR!

MEDICINA HUANIZADA

Não existe “medicina humanizada”; somente MEDICINA, e ponto.