PÁSCOA
Já tive a pretensiosa intensão de ser alguém Grande. Alguém melhor que os demais, iludido por doses de competitividade e desejo dissimulado de diminuir meu semelhante; de ter muitas coisas: um carro, grande, muita roupa, sapatos, uma mansão (engraçado como o sistema nos educa para essas estéreis propensões megalomaníacas, totalmente contrárias ao exemplo de Jesus: sábio andarilho que renunciou bens materiais e saiu por aí pregando a palavra, ajudando quem cruzasse seu caminho, sobretudo enfermos, prostitutas, escravos; pessoas pobres, excluídas e marginalizadas).
Hoje, mais maduro, percebo que o relevante da vida não é perseguir o Sucesso intentando ser melhor do que ninguém. Que é muito mais prático ser e estar nesse mundo com humildade, carregando só a bagagem essencial para uma vida digna e ajustada. Que é muito mais gratificante dedicar aquela energia vital – que antes investia em adquirir bens de consumo para diferenciar-me dos demais –, para especializar-me em relações humanas; em alcançar meu próprio equilíbrio, livre de condicionamentos exógenos; em cultivar um amor que transcenda o pragmatismo cotidiano e a estética monetária do mercado; para estar disposto a me doar e estender a mão quando qualquer irmão ou irmã precise; para ser um ser humano pleno que seja lembrado com carinho e compaixão.
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