ÁGUA CURA
Ao sair do trabalho, dei uma passada na casa da minha vó, que há dias não via. Como de costume, passou um café fresquinho e preparou tapiocas lançadas ao ar. Enquanto comia, com o semblante avivado, deslanchou a conversar: [Minha tia e sua família insistiram para que ela fizesse uma viagem de carro com eles em janeiro, para passar uns dias na praia] "Mas pense num lugar bom. Tudo muito alinhado. Coqueiros. As ruas de areia. Pela primeira vez tive coragem de entrar no mar [83 anos]. Seu primo me puxou pra dentro dágua. Minhas pernas pareciam que iam afundar. Depois fiquei deitada na areia recebendo aquela água nas costas. Nunca fiz uma viagem tão boa. Senti como seu meu peito abrisse e só saísse coisas boas de dentro de mim. De lá pra cá, NÃO SENTI MAIS DORES NAS PERNAS NEM NAS COSTAS". E sorria, vivamente, como há tempos não a via.
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